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A debandada... ou como fazer qualquer coisa quando não apetece fazer nada...

Como puderam todos observar, especialmente as 34 pessoas que carregaram no polegar para cima na página da Cotovia e Companhia neste último ano para dizerem "Like", a Cotovia esteve sem aparecer.


Este post é adequadamente intitulado de "A debandada".

A debandada de quem podem perguntar?


Sim podem, e posso tentar responder...

Primeiro, e obviamente, debandada da cotovia, não de todas as cotovias, mas desta especificamente...


Segundo, dos neurónios do centro da força de vontade. Os motivos para esta debandada podem ser atribuídos ao "Grande Estouro", daqueles valentes e que ainda ninguém teve capacidade de explicar, relacionado com eventos anómalos na vidinha pacata da cotovia e nas vidas dos cuidadores de seniores em geral, assunto pelo que percebi tabu em que todos os que "estão no convento sabem o que vai lá dentro", pelo que vou respeitar o tabu e referir apenas que estou a recuperar as cores e o topete da cotovia, coisa expectável, até porque de certeza há coisas bem piores.


Por isso, e também porque acredito que tudo acontece por algum motivo, vou focar-me na debandada dos neurónios e como é possível fazer alguma coisa quando não apetece fazer nada, sobretudo porque o mundo tende a ser um lugar estranho e caótico na maior parte do tempo e uma pessoa até fica cansada e desaurida, quanto mais uma cotovia que vive a 4 dimensões e sujeita a várias teorias de Darwin a Einstein.


Portanto às vezes tenho a sensação de que os neurónios da força de vontade debandaram, eventualmente, tenho a esperança de que apenas tenham ido de férias ou estejam de baixa e regressem com alguma celeridade para que a minha vidinha pacata, simples e comum retorne ao normal e possa de forma entusiástica cumprir as minhas obrigações, devoções e diversões. Assustador é quando as coisas ficam de tal forma desanimadoras que me convenço de que os neurónios da sala da força de vontade se exilaram na sala do "Sei lá!"  e se transformaram em pedras na forma do pensador de Rodin e nem que os ligue directamente à veia ao Netflix vão despertar para a vida!

Por falar em pensadores, Leibniz afirmou, algures, hipoteticamente entre um cocktail ou outro na companhia de uma socialite famosa da sua época,  que:


em Lectures sur la Philosophie des Scinces, de André Lalange

Vamos acreditar que sim, que o Sr. Leibniz, reconhecido optimista, de alguma forma sabia do que falava e enquanto isso também pensei um bocadinho e tenho uma meia dúzia de sugestões para fazer alguma coisa quando não apetece fazer nada.


 

São as seguintes para experimentar, por ordem ou aleatoriamente:

  • a) No vosso tempo livre determinem um tempo menor para dedicar aos outros do que o que dedicam a vós mesmos;

  • b) Tenham um tempo organizado para vocês, o primeiro compromisso é para convosco;

  • c) Mexam-se! Fora de casa. Mesmo. Mesmo que não apeteça, mesmo que apeteça dizer ao familiar ou amigo que vos aparece com essa sugestão que vá bugiar, vão vocês bugiar, dar uma volta, a pé, de bicicleta ou em qualquer outra sugestão do google maps, ao cinema, à biblioteca, ao café ou pastelaria, ver o mar, passear sozinhos ou acompanhados, ao campo ou à serra, vão ao castelo, à vila ou à horta, visitar o vizinho ou fazer uma almoçarada, para vocês, para a família ou amigos, à feira ou mercado, vão de ténis,  sandálias, botas, sapatos ,sabrinas ou até descalços (na praia por exemplo, não há necessidade de radicalismos)... mas vão!

  • d) Descubram o hobby de que realmente gostam,  não para que os outros gostem ou aprovem, mas sim para manter o ânimo e a criatividade a funcionar, um qualquer, desde caminhar e catalogar a fauna ou flora, a escrever um livro, fazer e manter uma horta ou um jardim, ir jogar à bola, futebol, voleibol, natação, vela ou paddle, surf ou dança, crochet ou tricot, corrida ou poesia, palavras cruzadas, o que for! Mas descubram-no! Não se esqueçam que hobby não é gente e que deve ficar enquadrado entre a meia hora e as duas horas por dia, no máximo, senão torna-se um hobbiemonster comummente conhecido por vício...

  • e) Façam do hobby o motivo para acordar meia hora, uma ou duas horas mais cedo e comecem o dia a fazer aquilo de que gostam, é a vossa happy hour;

  • f) Finalmente, e não por último, leiam! Sugestão, se ainda não leram (... suspeito que sim que já leram pois a minha é a 13ª edição...), leiam António Feio... e Vivam de a) a z)!


P.S.: Por favor, para impossibilitar de todo qualquer "estouro", só não escolham como hobby ter filhos e filhas, que pessoas não são ferramentas utilitárias ou aplicações de ultima moda à espera de actualização, companhia para vidas vazias, cola para relações, segundas vidas ou peças sobressalentes, filhos e filhas são pessoas para amar, respeitar, a quem, além de dar a vida, há a responsabilidade, mais, a urgência de dar,  não só o sentido para a vida, como o amor, o lugar, o espaço e o tempo cativos que estão sempre disponíveis... e não é preciso ser Heidegger, génia ou génio, porque ser Mãe ou Pai, é mais do que sentir ou achar que... É Saber Amar. (Ponto final)

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